A comunicação muda tudo
Ao longo da história, o conceito de deficiência sofreu inúmeras transformações, principalmente a partir de debates fomentados pela própria sociedade. Passando por visões religiosas, médicas e sociais, atualmente as pessoas com deficiência são tidas como aquelas que, devido a barreiras impostas pelo meio em que vivem, são impedidas de participar plenamente na sociedade, sofrendo limitações, portanto, à sua própria condição de cidadãs. Dessa forma, a deficiência não é considerada apenas como um limite de cada pessoa, com consequências na sua funcionalidade, mas também leva em conta as barreiras que existem no espaço físico, nos transportes, nos serviços, nas relações interpessoais e, inclusive, na comunicação.
Com o intuito de diminuir ou eliminar todas essas barreiras impostas pelo meio que impedem o desenvolvimento pleno das pessoas com deficiência, foi promulgada em julho de 2015, a Lei nº 13.146, conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência (PCD).
De acordo com o artigo 2º dessa legislação, é considerada pessoa com deficiência aquela que apresenta um impedimento a longo prazo, seja de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com os diversos tipos de barreiras, pode obstaculizar a sua participação plena e efetiva na sociedade em iguais condições das demais pessoas.
Dentre as barreiras impostas, são consideradas barreiras na comunicação e na informação qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tecnologia da informação.
Já por acessibilidade, segundo o artigo 3º da lei, entende-se a possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida.
Ao se pensar a comunicação no âmbito do Estatuto da PCD, primeiramente é preciso compreendê-la a partir de um sistema complexo de circulação de mensagens, indo além de uma simples troca linear de informações entre emissor e receptor.
A essência do conceito de acessibilidade comunicativa reside no fato de que as pessoas precisam ter acesso às informações por todos os meios de comunicação (rádios, tevês, jornais, sites, revistas impressas, dentre outros), sem qualquer tipo de barreira informativa, porque essas barreiras trazem prejuízos para a construção da sua cidadania comunicativa.
O mundo pode ser transformado a partir da comunicação, já que por ela não só transmitimos nossas atitudes, percepções e comportamentos, como também somos capazes de refletir acerca deles, modificando padrões enquanto sociedade para a construção de um local melhor para se viver. Nesse contexto, a comunicação que pretende respeitar as diferenças e que se intitula inclusiva deve assumir o compromisso de representar as pessoas da forma como elas desejam se ver representadas, apresentando seus conteúdos de maneira acessível a todes. Logo, no campo da comunicação, é necessário eliminar as barreiras que impedem as pessoas com deficiência de melhor se relacionarem com os outros e, assim, desenvolverem-se plenamente, em igualdade de oportunidades à informação, desenvolvendo formas pelas quais a comunicação se torne acessível a todes.
Sabendo disso, construímos uma reportagem que, além de retratar a acessibilidade como pauta central, também tem o intuito de ser educativa e interativa, com relatos de pessoas que utilizam dela no dia a dia, pessoas que lutam para que esse seja um termo cada vez mais conhecido e mais posto em prática na sociedade. O texto está separado em capítulos, que facilitam a leitura e separam os 3 grandes âmbitos que a reportagem se propõe em abordar: a trajetória de uma pessoa com deficiência, que também é comunicadora, e os desafios encontrados dentro do ofício, as diferenças entre acessibilidade comunicativa e acessibilidade comunicacional, e por fim, quais os caminhos possíveis para que a comunicação acessível seja uma pauta cada vez mais levantada dentro dos ambientes de ensino, para se tornar algo cotidiano na vida das pessoas -mesmo aquelas que não tem nenhuma deficiência.
Quem somos nós
Maria Eduarda Fortes, mulher branca, com cabelo castanho claro curto e liso, olhos claros, nariz e boca pequenos, com um leve sorriso de canto. Na foto, Duda usa uma camisa preta com um macacão jeans claro por cima. Maria Eduarda trabalha em uma agência de publicidade e propaganda, e é freelancer como fotógrafa. No seu tempo livre, Duda gosta de jogar videogames.
Patrick Meneghetti, homem branco, tem cabelo curto castanho escuro e usa um óculos de grau. Tem nariz e boca grandes, e da um sorriso para a foto. O fundo da imagem é bege liso. Patrick é formado em direito e atua como servidor da Justiça Federal do Rio Grande do Sul. Nas horas vagas, adora ir à academia e cuidar da saúde, além de ler e assistir séries.
Yasmin Vilanova, mulher branca, com cabelos loiros cacheados, tem olhos claros, boca e nariz pequenos. Usa camiseta branca e o fundo da foto é cinza liso. Yasmin trabalha como social media para uma empresa do setor óptico e no tempo livre, passa horas e horas no Tiktok (vez que outra também lê um livro).